Terapia-alvo - Assertividade a nível molecular
A oncologia tem testemunhado avanços notáveis nas últimas décadas, e a terapia-alvo surge como uma das inovações mais promissoras no tratamento do câncer, trazendo uma maior assertividade a nível molecular.
Durante este artigo, você irá entender sobre essa forma de tratamento tão promissora e como a mesma funciona no corpo humano.
Como surgiu?
A terapia-alvo começou a ganhar forma no final do século 20, quando avanços significativos na biologia molecular permitiram aos cientistas entender melhor as alterações genéticas específicas que impulsionam diferentes tipos de câncer. A descoberta dessas alterações genéticas abriu caminho para o desenvolvimento de medicamentos capazes de atingir precisamente essas anomalias moleculares, bloqueando seu efeito sem danificar as células normais, ou seja, diferente das abordagens tradicionais, que por vezes, atacam tanto cancerosas quanto saudáveis, a terapia-alvo busca atingir exclusivamente as células malignas, baseando-se em características moleculares específicas do tumor.
A terapia-alvo se consolidou na oncologia quando inibidores de tirosina quinase mostraram eficácia notável em tratar leucemia mieloide crônica ao direcionar-se especificamente à proteína BCR-ABL resultante da translocação genética característica dessa doença. Esse sucesso pavimentou o caminho para uma nova era na medicina oncológica.
Tipos
Entre as formas de terapia-alvo mais utilizadas na oncologia estão os já mencionados inibidores de tirosina quinase, os quais bloqueiam enzimas responsáveis pela proliferação celular descontrolada; os anticorpos monoclonais, que se ligam a proteínas na superfície das células cancerosas para impedir seu crescimento ou marcar essas células para destruição pelo sistema imunológico; e as terapias baseadas em inibidores do ponto de verificação imunológico, que potencializam a resposta do sistema imunológico contra o câncer.
Cada tipo de terapia é desenvolvido após uma análise detalhada dos biomarcadores presentes nos tumores dos pacientes, permitindo, assim, um tratamento mais personalizado e menos agressivo.
Quais cânceres podem ser tratados dessa forma?
Atualmente, uma variedade de cânceres pode ser tratada com terapia-alvo, incluindo câncer de mama, pulmão, cólon e melanoma. No caso do câncer de mama HER2-positivo, por exemplo, medicamentos específicos são usados para atingir a proteína HER2 na superfície das células tumorais. Da mesma forma, o câncer de pulmão não pequenas células com mutações EGFR pode ser tratado eficazmente com inibidores que bloqueiam essas mutações. Além disso, em casos de melanoma avançado com mutação BRAF V600E ou V600K, existem terapias direcionadas disponíveis que têm mostrado melhorar significativamente as taxas de sobrevivência dos pacientes.
Também entram na lista alguns tipos de leucemia e linfoma que apresentam alterações genéticas passíveis de serem atacadas por drogas direcionadas.
A constante evolução das pesquisas tem permitido expandir cada vez mais o leque de opções para os pacientes que podem se beneficiar desse tratamento.
A diferença
A capacidade de personalizar o tratamento com base nas características genéticas únicas do tumor de cada paciente é uma das maiores conquistas da oncologia moderna. Essa abordagem personalizada não só melhora a eficácia do tratamento como também aumenta as chances de sucesso a longo prazo. Além disso, a terapia-alvo abre novas portas para tratamentos combinados, onde diferentes medicamentos são utilizados em conjunto para atacar múltiplos alvos moleculares simultaneamente, potencializando ainda mais os resultados positivos.
Essa modalidade terapêutica também permite um acompanhamento mais personalizado da evolução do tratamento, possibilitando ajustes rápidos e eficazes conforme necessário.
Com a evolução contínua das pesquisas na área de oncologia, espera-se que a terapia-alvo continue a se expandir e revolucionar o modo como compreendemos e tratamos o câncer, oferecendo esperança renovada para milhões de pacientes ao redor do mundo.
Redação:Thomas Shepherd e Infinity Copy IA.