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Quimioterapia - O que realmente é?

Quimioterapia - O que realmente é?

Quando alguém ouve “quimioterapia”, automaticamente sente emoções negativas por associar essa palavra a sofrimento e uma situação debilitante. No entanto, embora isso tenha uma parcela de verdade, principalmente levando em conta o cenário da oncologia no século passado, nos dias atuais temos uma realidade bem mais positiva e esperançosa.

Neste artigo, vamos explicar o que é a quimioterapia, como ela funciona e quais são os cuidados, expectativas e desafios envolvidos nesse processo.

Como surgiu?

A quimioterapia teve suas origens em um contexto bastante diferente do que conhecemos atualmente.

A primeira utilização da quimioterapia remonta à Primeira Guerra Mundial, quando os efeitos devastadores do gás mostarda sobre as células sanguíneas dos soldados foram observados, além dos notáveis danos à pele, levando a queimaduras graves, assim como lesões no sistema respiratório. Pesquisadores perceberam que as pessoas afetadas que sobreviviam à exposição apresentavam uma baixa quantidade de glóbulos brancos, e essa descoberta levou ao entendimento de que compostos similares poderiam também reduzir a quantidade de células cancerosas nos pacientes que estavam com leucemia.

Em 1946, estudos realizados com camundongos demonstraram que a mostarda nitrogenada, que é um composto semelhante ao gás mostarda, porém, com um átomo de nitrogênio no lugar do enxofre, reduzia a formação de alguns tipos de tumores. Com a continuação das pesquisas envolvendo a mostarda nitrogenada, chegou-se então ao primeiro quimioterápico, a mecloretamina.

Este composto foi pioneiro no combate ao câncer ao interferir na divisão celular das células malignas. Apesar dos efeitos colaterais significativos e das limitações dessa abordagem inicial, ela abriu caminho para incontáveis avanços na terapia oncológica.

Como atua no corpo?

A quimioterapia utiliza medicamentos que visam interferir na capacidade de crescer e se multiplicar dos tumores. O que torna a quimioterapia tão singular é sua habilidade de atingir células malignas em diferentes partes do corpo, independentemente de onde o câncer se originou.

A composição dos medicamentos quimioterápicos varia, mas geralmente inclui substâncias químicas que atacam diretamente o DNA das células cancerosas ou impedem sua divisão celular. No entanto, essa eficácia vem acompanhada de desafios significativos. Como a quimioterapia, por vezes, não consegue distinguir bem entre células saudáveis e doentes, ela também pode afetar células saudáveis do corpo humano, resultando em efeitos colaterais como fadiga, náusea e queda de cabelo e baixa imunidade.

Os médicos frequentemente personalizam os regimes de quimioterapia para equilibrar a eficácia no combate ao tumor com a minimização dos danos às células saudáveis. 

Os diferentes tipos

Existem diversos tipos de quimioterapia, cada um com características específicas que visam atender diferentes necessidades.

Inicialmente, temos a quimioterapia adjuvante, que é administrada após a cirurgia para eliminar células cancerosas remanescentes e reduzir o risco de recidiva. Em contraste, a quimioterapia neoadjuvante é utilizada antes da cirurgia com o objetivo de diminuir o tamanho do tumor, facilitando sua remoção. Além disso, existe a quimioterapia paliativa, cujo foco não é curar o câncer, mas sim aliviar sintomas e melhorar a qualidade de vida e, juntamente a isso, essa abordagem também aumenta a sobrevida dos pacientes em estágios avançados da doença. Outro tipo relevante a ser mencionado é a quimioterapia de indução, frequentemente usada como primeiro tratamento para reduzir tumores antes de outros procedimentos terapêuticos serem aplicados. Há também a quimioterapia intratecal que envolve a administração direta dos medicamentos no fluido espinhal para tratar tipos específicos de cânceres cerebrais ou da medula espinhal. 

O que é levado em consideração na escolha do tratamento?

Antes de decidir qual tipo de quimioterapia será mais adequado para um paciente com câncer, o médico realiza uma avaliação minuciosa e personalizada. Este processo envolve a consideração de múltiplos fatores, começando pelo tipo específico e estágio do câncer. Diferentes tipos de tumores respondem de maneiras distintas aos tratamentos disponíveis, tornando essencial uma análise cuidadosa das características biológicas do tumor. Além disso, o estado geral de saúde do paciente é fundamental, uma vez que condições preexistentes podem influenciar tanto a escolha do medicamento quanto a dosagem apropriada. A idade e o histórico médico também desempenham papéis cruciais nesse cenário complexo.

Outro aspecto importante é a resposta esperada ao tratamento: alguns pacientes podem precisar de um regime agressivo e imediato, enquanto outros se beneficiam mais com uma abordagem gradual e menos invasiva. O médico também leva em conta as possíveis interações entre os medicamentos quimioterápicos e outros remédios que o paciente possa estar tomando. Por fim, as preferências pessoais do paciente são consideradas no plano terapêutico, garantindo que ele esteja ciente dos benefícios e riscos associados à quimioterapia escolhida. Assim, cada decisão é tomada com base em um equilíbrio delicado entre eficácia clínica e qualidade de vida, assegurando que o tratamento seja não apenas direcionado ao combate ao câncer, mas também adaptado às necessidades individuais da pessoa sob cuidados médicos.

Evolução constante

Hoje, o arsenal terapêutico disponível abrange centenas de medicamentos diferentes, tanto em forma de quimioterapia quanto de outras abordagens, como imunoterapia, terapia alvo, hormonioterapia, e muitos outros.

Essa evolução não apenas melhora a eficácia da luta contra o câncer, mas também proporciona uma experiência menos desgastante para quem enfrenta o câncer.

 

Redação: Thomas Shepherd e Infinity Copy IA.

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