BLOG

Hormonioterapia - Quando os hormônios são manipulados para o bem

Hormonioterapia - Quando os hormônios são manipulados para o bem

O que os hormônios têm a ver com câncer, ou ainda, como a manipulação hormonal direcionada pode atuar no combate às células tumorais?

Ao longo deste artigo, você irá conhecer a história e o funcionamento de uma abordagem muito utilizada na oncologia chamada hormonioterapia.

Como surgiu?

A hormonioterapia tem suas raízes em descobertas científicas no século 20. A jornada dessa técnica começou com a percepção de que certos tipos de câncer, como os de mama e próstata, são influenciados por hormônios específicos. A ideia era simples: se os hormônios podem estimular o crescimento tumoral, talvez fosse possível interromper ou retardar esse processo manipulando seus níveis no organismo. Foi a partir dessa premissa que a hormonioterapia ganhou força como uma estratégia viável para o tratamento oncológico. Nos anos 1940, estudos pioneiros demonstraram que a remoção dos ovários em mulheres com câncer de mama avançado levava à regressão tumoral em alguns casos.

Por exemplo, um dos marcos iniciais foi o trabalho do médico Charles Huggins, que demonstrou como a manipulação hormonal podia retardar o avanço do câncer de próstata. Esse marco pavimentou o caminho para o desenvolvimento de terapias hormonais mais sofisticadas e específicas ao longo das décadas seguintes.

Como funciona?

A base do tratamento está em regular ou bloquear a produção e ação dos hormônios que podem estimular o crescimento das células tumorais. Por exemplo, em pacientes com câncer de mama positivo para receptores hormonais, medicamentos como o tamoxifeno são frequentemente prescritos. Este fármaco atua impedindo que os estrogênios se liguem aos seus receptores nas células cancerosas, retardando ou interrompendo o crescimento do tumor. Já no tratamento do câncer de próstata, uma estratégia comum é reduzir os níveis de testosterona no corpo, já que esse hormônio tende a estimular o crescimento dos tumores prostáticos. A terapia pode incluir agonistas do LHRH ou antiandrogênicos para atingir esse objetivo.

Efeitos colaterais

A hormonioterapia, assim como todo tratamento médico, pode apresentar efeitos colaterais que variam em intensidade e tipo dependendo do paciente e do regime específico utilizado. Entre os efeitos adversos mais comuns estão as ondas de calor, fadiga, alterações no humor e perda de massa óssea. São sintomas podem impactar significativamente a qualidade de vida dos pacientes, mas existem estratégias eficazes para manejá-los, o que frequentemente requer uma abordagem multidisciplinar que pode incluir mudanças no estilo de vida, intervenções farmacológicas adicionais ou suporte psicológico.

Por exemplo, a prática regular de exercícios físicos tem se mostrado benéfica para mitigar a fadiga e melhorar o bem-estar geral dos pacientes.

Combinação

Quando combinada com outras estratégias terapêuticas, essa técnica não apenas reduz o tamanho do tumor, mas também diminui a probabilidade de recidiva após o tratamento inicial. Em alguns casos, essa combinação permite que doses menores de quimioterápicos sejam utilizadas, minimizando, assim, os efeitos colaterais indesejados para o paciente. Além disso, essa sinergia entre diferentes abordagens pode aumentar significativamente as taxas de sobrevivência dos pacientes diagnosticados com câncer hormonalmente responsivo.

A vantagem significativa da hormonioterapia reside na sua capacidade de ser menos invasiva em comparação com tratamentos mais agressivos, proporcionando aos pacientes uma qualidade de vida melhor durante o combate à doença. Além disso, a personalização dos protocolos hormonais permite um ajuste preciso às necessidades individuais dos pacientes, maximizando, dessa forma, os benefícios clínicos e minimizando efeitos colaterais indesejados.

Ao incorporar avanços contínuos na pesquisa oncológica e novas descobertas sobre interações hormonais complexas no corpo humano, a hormonioterapia continua a evoluir como uma ferramenta vital no combate ao câncer. Com seu potencial transformador e impacto positivo comprovado nos resultados dos tratamentos ao longo das décadas, essa modalidade pode ser, certamente, definida como uma das soluções inovadoras mais utilizadas na oncologia, visando proporcionar esperança renovada aos pacientes ao redor do mundo.

 

Redação: Thomas Shepherd e Infinity Copy IA.

online
Avatar