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Câncer de Próstata - O que você precisa saber?

Câncer de Próstata - O que você precisa saber?

Câncer de Próstata - O que você precisa saber?

Se desconsiderarmos o câncer de pele não melanoma, o câncer de próstata se torna o mais incidente entre os homens no Brasil, sendo estimados aproximadamente 72 mil novos casos entre os anos 2023 e 2025.

Nesse artigo, iremos abordar sobre o que você precisa saber a respeito desse câncer, assim como a principal dificuldade que os profissionais da saúde enfrentam em relação ao diagnóstico.

O que é a próstata?

Para entendermos sobre o câncer de próstata, primeiro, vamos lembrar sobre a próstata em si?

Com o tamanho de uma noz e localizada logo abaixo da bexiga, a próstata é uma glândula que envolve a uretra - canal que transporta a urina da bexiga para o exterior do corpo.

A principal função da próstata é produzir um líquido que protege os espermatozoides e nutre-os, dando-lhes energia para “nadar” em direção ao óvulo, quando o processo de fecundação acontece. Este líquido se mistura com os espermatozoides produzidos nos testículos para formar o sêmen.

Entretanto, apesar de seu importante papel no ciclo reprodutivo, essa glândula também pode ser fonte de problemas à medida que o tempo passa.

O câncer de próstata

De forma geral, todas as células do nosso corpo têm um ciclo de vida: elas nascem, se dividem para formar novas células e morrem. No entanto, no casos de câncer, incluindo o de próstata, esse processo sofre uma alteração drástica. As células prostáticas começam a se multiplicar de maneira desordenada e rápida, resultando na formação de um tumor.

Esse crescimento anormal pode ser lento ou rápido. No primeiro caso, o câncer pode levar anos para apresentar sintomas ou causar problemas mais graves. Já no segundo caso - quando o crescimento é acelerado - o câncer pode se espalhar para outras partes do corpo (metástase) em um curto período de tempo.

O adenocarcinoma, por exemplo, é um tipo mais comum de câncer de próstata, este se desenvolve nas células glandulares da próstata e pode variar entre menos agressivo a muito agressivo. Outro tipo é o carcinoma de células pequenas da próstata, uma forma rara e mais agressiva que cresce rapidamente e se espalha para outras partes do corpo. Além desses, há uma variedade de outros tipos de tumores que podem se desenvolver na região prostática ou atingi-la, cada um com suas características e comportamentos.

O que aumenta o risco?

O tabagismo é um dos principais vilões evitáveis, uma vez que o cigarro tem pelo menos 43 substâncias comprovadamente cancerígenas, além de mais de 4 mil substâncias tóxicas ao organismo.

Outro fator preocupante é o consumo excessivo de bebida alcoólica, assim como a obesidade, especialmente se combinados entre si e com o tabagismo.

Em ambientes de trabalho, a exposição a aminas aromáticas (encontradas em setores como indústria química, mecânica e na produção de alumínio), arsênio (utilizado como preservativo de madeira e agrotóxico), substâncias derivadas do petróleo, emissões de escapamento de veículos, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA), fuligem e dioxinas também aumentam a probabilidade de desenvolvimento do câncer de próstata.

Mas além destes fatores que podem ser evitados, há também os fatores que não estão sob o nosso controle, como as mutações genéticas. Homens com histórico familiar da doença, principalmente em parentes de primeiro grau, têm maior risco de desenvolver o câncer.

E por fim, temos a idade. A maior parte dos casos de câncer de próstata diagnosticados acontece em homens com mais 65 anos de idade, podendo, no entanto, acontecer mais cedo.

Diagnóstico

Para identificar a presença do câncer de próstata, existem dois exames principais: o toque retal e o PSA.

O toque retal é uma das formas mais eficazes para detectar alterações na próstata. Durante o exame, o médico avalia, através do toque na região retal, o tamanho, forma e textura da glândula prostática. Qualquer alteração nesses aspectos pode indicar a presença do câncer de próstata.

Apesar da importância desse exame, ele sozinho não é suficiente para um diagnóstico definitivo. Por isso, geralmente é complementado pelo exame de sangue conhecido como PSA (Antígeno Prostático Específico). O PSA é uma proteína produzida pela próstata que pode indicar a presença da doença quando encontrada em altos níveis no sangue.

No entanto, outras condições também podem aumentar os níveis de PSA, como inflamações ou infecções na próstata. Portanto, ambos os exames - toque retal e PSA - são fundamentais para um diagnóstico preciso do câncer de próstata. Eles se complementam e oferecem ao médico informações importantes sobre a saúde prostática do paciente.

A dificuldade em relação ao diagnóstico precoce

Infelizmente, existe um grande preconceito em volta do principal exame utilizado para o diagnóstico do câncer de próstata, o toque retal.

Piadas e comentários sem qualquer fundamento relacionados ao exame tendem a fazer com que muitos homens evitem realizá-lo.

Quando isso acontece, a pessoa que se deixa levar por tais comentários passa a ignorar os exames de rastreamento na idade recomendada e, assim, inviabiliza o diagnóstico precoce, uma vez que só irá perceber que há algo de errado quando os sintomas surgirem, e o câncer de próstata costuma se desenvolver assintomático até sua fase avançada.

Essa situação faz com que boa parte dos casos de câncer de próstata sejam diagnosticados tarde, quando já colocaram a vida do paciente em risco e, muitas vezes, já se espalharam.

O tratamento

Em alguns poucos casos, quando o tumor na próstata não é agressivo e tem um desenvolvimento muito lento, é possível apenas acompanhar o câncer, sem recorrer a uma abordagem de tratamento, uma vez que, pelo desenvolvimento lento, as chances de danos à saúde são poucas.

Esse caso é considerado uma exceção na oncologia.

Nos demais casos, entre as alternativas disponíveis para o tratamento do câncer de próstata, podemos destacar a cirurgia, a radioterapia e a terapia hormonal. A escolha por um ou outro método depende de vários fatores como o estágio da doença, idade do paciente, condições gerais de saúde, entre outros fatores específicos. A cirurgia é geralmente indicada quando o tumor está restrito à próstata e consiste na remoção total ou parcial da glândula.

Já a radioterapia tem por objetivo eliminar as células cancerígenas através da emissão controlada de radiação. Esse tratamento pode ser realizado externamente ou internamente (braquiterapia) dependendo das características do tumor. Por fim, temos a terapia hormonal que visa bloquear a produção ou ação dos hormônios masculinos (androgênios) responsáveis pelo crescimento das células prostáticas malignas.

Em casos mais avançados, a quimioterapia também é considerada como uma das abordagens.

É importante ressaltar que cada caso é único e deve ser avaliado individualmente por uma equipe médica especializada.

O que pode ser feito?

Felizmente, cada vez mais tanto os procedimentos cirúrgicos quanto as demais abordagens têm passado por avanços e aperfeiçoamentos ao longo do tempo, sendo cada vez mais eficazes e menos invasivos.

No entanto, a maior sucesso do tratamento continua a depender do diagnóstico precoce.

Por isso, é recomendado que, a partir dos 50 anos de idade, todos os homens conversem com um médico a respeito da realização dos exames de rastreamento ao câncer de próstata. Em caso de histórico familiar de câncer de próstata, é recomendado que esse acompanhamento aconteça ainda antes, preferencialmente, a partir dos 40 anos de idade.

Seguindo essas orientações, assim como evitando os fatores de risco que são controláveis, cada homem estará contribuindo para redução da taxa de mortalidade por câncer de próstata, assim como com o maior cuidado com sua saúde e preservação de sua vida.

 

Referência: Instituto Nacional de Câncer.

Redação: Thomas Shepherd + Infinity Copy IA.

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