Câncer de Mama - O que você precisa saber?
O câncer de mama é um dos principais problemas de saúde da mulher. De acordo com estatísticas recentes apresentadas pelo Instituto Nacional de Câncer, são estimados aproximadamente 73.610 novos casos entre 2023 e 2025.
Neste artigo, vamos discutir o que você precisa saber sobre o tema: quais são os principais fatores de risco, quais são as formas de prevenção, como é realizado o diagnóstico e quais são os tratamentos disponíveis.
O que é Câncer de Mama?
O câncer de mama acontece quando as células da mama começam a se multiplicar de forma desordenada, formando um tumor. Este pode ser benigno, ou seja, não perigoso para a saúde, ou maligno, indicando a presença do câncer.
A região mais comum onde esses tumores surgem é nos ductos que transportam o leite materno até o mamilo e também nas glândulas que produzem este leite.
Existem vários tipos de câncer de mama, cada um com suas particularidades e diferentes formas de tratamento. O mais frequente é o carcinoma ductal in situ, um tipo não invasivo onde o tumor ainda está contido dentro dos ductos mamários. Já no carcinoma invasivo, as células cancerígenas ultrapassaram as paredes dos ductos e invadiram os tecidos da mama.
Fatores de Risco
Os fatores de risco que aumentam a probabilidade de desenvolvimento do câncer de mama são variados e multifacetados, cada um contribuindo com seu próprio peso na balança. O primeiro deles é a idade, e isso se deve à exposição contínua e prolongada aos hormônios estrogênio e progesterona ao longo da vida (o tumor também pode se desenvolver em homens, mas são casos raros que correspondem a 1% de todos os casos de câncer de mama).
Além disso, há também os fatores genéticos. Algumas mulheres possuem uma predisposição hereditária ao câncer de mama, especialmente aquelas que têm parentes próximos - como mãe ou irmã - que já foram diagnosticadas com câncer de mama ou ovário. Essa predisposição pode ser decorrente de mutações genéticas específicas, como as dos genes BRCA1 e BRCA2.
Mulheres que tiveram a primeira menstruação antes dos 12 anos ou a primeira gravidez após os 30 anos também devem ter uma atenção especial e buscar atendimento médico para falar sobre um acompanhamento oncológico.
Ademais, comportamentos cotidianos e suas consequências podem influenciar na possibilidade de desenvolver o câncer de mama. A ingestão excessiva de alimentos processados, ultraprocessados, álcool e também o tabagismo, aumentam consideravelmente o risco, assim como a obesidade.
Sintomas
O sinal mais conhecido é o surgimento de um nódulo na região mamária ou nas axilas. Este caroço geralmente é indolor, mas pode causar um desconforto ao toque.
Outros sinais incluem alterações no formato ou tamanho das mamas, inchaço em parte ou em toda a mama e até mesmo vermelhidão na pele.
Os mamilos também podem apresentar mudanças significativas como retração (quando eles se voltam para dentro), descamação ou formação de crostas na área ao redor do mamilo. A presença de secreção sanguinolenta ou transparente também deve ser motivo para consulta médica imediata.
Além disso, as mulheres devem estar atentas à dor constante na região das mamas ou axilas e à presença de linfonodos inchados nestes locais. Em estágios mais avançados da doença, outros sintomas como fadiga extrema, perda inexplicada de peso e náuseas frequentes podem surgir.
Mas algo importante a destacar é que os sintomas só costumam aparecer no estágio avançado da doença, por isso a importância das medidas de diagnóstico precoce, as quais abordaremos a seguir.
Diagnóstico
A mamografia é considerada o principal método para detecção precoce do câncer de mama, capaz de identificar lesões em fase inicial, ainda muito pequenas (medindo milímetros). Já a ultrassonografia complementa esse exame ao avaliar principalmente as mulheres jovens que têm mamas densas.
Por fim, mas não menos importante no processo diagnóstico do câncer de mama está a biópsia. Nesse procedimento uma amostra do tecido suspeito é retirada e enviada para análise patológica. Este exame irá confirmar se existe mesmo o câncer e qual seu tipo.
Para um diagnóstico precoce, a recomendação é que todas as mulheres, a patir dos 40 anos de idade, busquem atendimento médico para falar sobre a realização do exame de mamografia, o qual deve ser realizado anualmente a partir dessa idade, tornando, assim, possível a identificação do câncer de mama ainda no começo, caso o mesmo venha a se desenvolver.
Tratamentos
As opções de tratamento são variadas e incluem desde a cirurgia até a radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapias alvo-moleculares. A escolha do melhor caminho a seguir depende de uma série de fatores, como o tipo e estágio do câncer, características biológicas do tumor, idade da paciente e suas condições gerais de saúde.
A cirurgia pode ser conservadora ou radical. No primeiro caso, busca-se preservar o máximo possível da mama. Já no segundo, a remoção é total. A mastectomia (cirurgia específica nas mamas), no entanto, não é recomendada caso o câncer já tenha se espalhado, uma vez que o tumor na região da mama não está mais isolado e a remoção específica dele naquela localização passa a não ser uma prioridade em frente ao quadro geral do câncer em metástase.
O tratamento radioterápico é utilizado com frequência após a cirurgia conservadora para eliminar eventuais células cancerígenas remanescentes. A quimioterapia consiste na utilização de medicamentos para combater as células malignas em qualquer parte do corpo e pode ser usada antes ou depois da cirurgia. A hormonioterapia é indicada quando o tumor tem receptores hormonais - estruturas que se ligam aos hormônios estimulando o crescimento das células cancerígenas. As terapias alvo-moleculares têm como alvo características específicas das células cancerígenas, interferindo em seu crescimento e disseminação sem danificar as células normais.
É importante ressaltar que, caso seja necessária a remoção parcial ou total das mamas, a paciente tem o direito à reconstrução da mama, seja através de um plano de saúde ou pelo SUS.
Prevenção
Mas o que podemos fazer como forma de prevenção, ou seja, para aumentar a chance de que o câncer nunca venha a se desenvolver?
A prevenção consiste basicamente em manter um estilo de vida saudável e evitar os fatores de risco que estão sob o nosso controle.
Por não fumar cigarros e similares, manter o peso corporal adequado, não ingerir ou ingerir bebidas alcoólicas com moderação, praticar exercícios físicos e ter uma alimentação saudável e mais próxima do natural, você já estará contribuindo para que haja uma probabilidade muito menor de que o câncer de mama venha a se desenvolver.
Para finalizar, queremos lembrar que receber o diagnóstico de câncer de mama não é uma sentença, cada vez mais, os avanços em pesquisas e tratamentos trazem abordagens mais eficazes de tratar o tumor e devolver a saúde e a qualidade de vida das pessoas.
Referência: Instituto Nacional de Câncer.
Redação: Thomas Shepherd + Infinity Copy IA.