Câncer Colorretal – O impacto da alimentação e do estilo de vida.
Câncer colorretal é um termo não muito popular, mas que representa um conjunto tumores malígnos que levaram embora a vida de 20.245 pessoas apenas no Brasil no ano de 2020, com uma previsão de aproximados 46 mil novos casos desde 2023 até 2025.
Mas o que exatamente é o câncer colorretal? Quais são seus sintomas e fatores de risco? Quais são as opções de tratamento disponíveis?
Sabemos que estas podem ser questões difíceis de lidar e, neste artigo, buscaremos levar a você, de uma maneira prática e de fácil entendimento, às respostas a essas e outras perguntas.
Colorretal?
A palavra colorretal representa a junção de duas outras palavras, o cólon, que é a parte mais longa do intestino grosso, uma estrutura tubular responsável pela absorção de água e sais minerais dos alimentos digeridos, e o reto, que, por outro lado, é a porção final do trato digestivo, onde as fezes são armazenadas antes de serem eliminadas.
Quando falamos em câncer colorretal, estamos nos referindo ao crescimento descontrolado de células malignas nessas áreas específicas. Esse crescimento costuma iniciar com os chamados “pólipos” que crescem nas paredes internas do cólon ou reto, são pequenas protuberâncias benignas que podem evoluir para um quadro canceroso caso não sejam detectadas e removidas a tempo.
Os dois tipos de pólipos mais encontrados no cólon e no reto são os adenomatosos e os hiperplásicos. Os primeiros têm maior chance de evoluírem para um quadro canceroso, enquanto os segundos, geralmente, não apresentam esse risco, mas devem ser devidamente e individualmente avaliados.
Em relação aos tumores, há principalmente dois tipos principais que se desenvolvem nesses órgãos: os adenocarcinomas, responsáveis por cerca de 95% dos casos, e os carcinomas raros.
Os adenocarcinomas começam nas células glandulares do cólon ou reto - células responsáveis pela produção de muco para ajudar na passagem das fezes, e podem ser divididos em dois subtipos: bem diferenciados (ou grau I), moderadamente diferenciado (ou grau II) e pouco diferenciados (ou grau III). Os primeiros têm um comportamento menos agressivo porque suas células ainda mantêm características semelhantes às células normais do intestino. Já os pouco diferenciados possuem células muito alteradas, multiplicam-se rapidamente e tendem a ser mais invasivos.
Os carcinomas raros, por sua vez, são menos comuns, mas também costumam ser agressivos. Incluem tumores carcinoides, tumores estromais gastrointestinais (GISTs) e linfomas.
O que aumenta o risco?
Por se tratarem de órgãos que fazem parte do sistema digestivo, a alimentação se mostra extremamente expressiva como fator de risco. Uma dieta pobre em fibras e rica em alimentos processados e gorduras saturadas, principalmente se somada a um quadro de obesidade, com falta de exercícios físicos, aumenta significativamente as chances de desenvolvimento do câncer colorretal.
Ademais, o consumo de cigarro e outros derivados do tabaco contribuem muito para que esse câncer venha a se desenvolver, assim como o consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
Há também as questões genéticas, histórico de câncer na família, especialmente no intestino, ovário, útero ou mama, e também a existência de doenças inflamatórias na região intestinal, como a retocolite ulcerativa crônica e a doença de Crohn.
Os sinais
Assim como outros cânceres, o câncer colorretal tende a ser uma doença inicialmente assintomática ou apresentar sintomas sutis que são facilmente confundidos com outras condições menos graves.
No estágio inicial, algumas pessoas podem notar pequenas mudanças nos hábitos intestinais, como constipação ou diarreia mais frequentes.
Conforme o câncer progride para os estágios intermediários, os sintomas tendem a se intensificar e tornar-se mais frequentes. Dor abdominal constante e sensação de que o intestino não se esvazia completamente são alguns dos sinais nesse ponto da doença. Também é comum haver perda inexplicada de peso e fadiga crônica.
Nos estágios avançados, os sintomas tendem a ser mais severos e debilitantes. Pode haver uma sensação constante de cansaço e fraqueza física geral, somados aos sintomas dos estágios anteriores e, em casos mais graves, pode ocorrer obstrução intestinal completa, uma situação que requer intervenção médica imediata.
Como acontece o diagnóstico?
O primeiro passo para diagnosticar o câncer colorretal é a avaliação, por parte do médico responsável, dos sintomas (se houver), histórico familiar e estilo de vida do paciente. Essas informações são essenciais para determinar se há risco elevado para a doença. Caso haja suspeita ou o médico considere adequado mesmo que a pessoa esteja assintomática, são prescritos alguns exames, em especial a colonoscopia, considerada como padrão na detecção desse tipo de câncer, a sigmoidoscopia flexível e o teste imunoquímico fecal (FIT).
A colonoscopia permite visualizar todo o cólon e reto utilizando uma pequena câmera inserida através do ânus. Durante este procedimento, caso seja encontrado algum pólipo (uma espécie de crescimento anormal que pode ser precursor do câncer), ele será removido ou biopsiado. Já a sigmoidoscopia flexível analisa apenas parte do cólon e é menos invasiva. O FIT detecta sangue oculto nas fezes, um possível indicativo de tumores cancerígenos, mas não consegue apontar sua localização no trato digestivo.
Se os mesmos apontarem para a presença de câncer colorretal, o médico solicitará testes adicionais para determinar o estágio da doença. Estes incluem tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (RM) e ultrassonografia endorretal.
Os tipos de exames a serem escolhidos são determinados pelo médico considerando o quadro do paciente de forma individual e levando em conta os melhores e mais completos resultados para viabilizar um plano de tratamento mais assertivo.
Os tratamentos
A cirurgia é geralmente a primeira opção quando o tumor está localizado em uma região específica do intestino ou reto. Neste procedimento, remove-se a parte afetada juntamente com os linfonodos próximos para evitar que as células cancerosas se espalhem para outras partes do corpo. Em alguns casos, pode ser necessária a realização de uma colostomia temporária ou permanente.
Já a radioterapia utiliza radiação ionizante para matar ou inibir o crescimento das células cancerígenas. Pode ser usada antes da cirurgia para reduzir o tamanho do tumor facilitando, assim, sua remoção ou após a cirurgia para eliminar qualquer vestígio da doença.
A quimioterapia, por sua vez, usa medicamentos para destruir as células do câncer. Pode ser administrada por via oral ou intravenosa e é frequentemente usada em conjunto com a cirurgia e a radioterapia.
Há também os tratamentos biológicos e imunoterápicos. Estes são medicamentos que ajudam o sistema imunológico do próprio paciente a combater o câncer. Eles são geralmente reservados para casos avançados de câncer colorretal ou quando outras terapias não funcionaram.
Como prevenir?
Por mais que sejam práticos, os alimentos processados têm muitos pontos prejudiciais à saúde e devem, preferencialmente, ser evitados ou não ocupar a maior parte da sua dieta.
Somada a uma alimentação saudável e rica em fibras, a prática de exercícios físicos é uma poderosa aliada contra a obesidade, que se têm se mostrado um quadro frequentemente relacionado a esse câncer.
Caso você tenha histórico de câncer na família, é importante conversar com um médico oncologista sobre o assunto para que possa ser iniciado um acompanhamento diferenciado, visando o diagnóstico precoce.
Por fim, evitar o álcool ou beber com moderação e não fumar cigarros, certamente farão diferença na sua qualidade de vida e na prevenção ao câncer colorretal.
Referências: Instituto Nacional de Câncer, Pfizer.
Redação: Thomas Shepherd e Infinity Copy IA.