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Câncer de Colo Uterino - Um risco altamente evitável

Câncer de Colo Uterino - Um risco altamente evitável

Há um tipo de câncer responsável por levar a vida de aproximadamente 35,7 mil mulheres a cada ano apenas no continente americano, sendo considerado, no Brasil, a quarta principal causa de mortes em mulheres por causas oncológicas.

No Brasil, são estimados aproximadamente 17 mil casos anuais entre 2024 e 2025, mas, apesar de uma alta incidência, esse tipo de câncer é altamente evitável.

Então, o que será que o torna tão frequente?

Neste artigo, responderemos a essa pergunta e traremos as informações que você precisa saber a respeito do câncer de colo de útero.

O colo uterino

O colo do útero é o estreito canal que liga o útero à vagina. No entanto, assim como qualquer outra parte do nosso organismo, esse canal também está suscetível a desenvolver problemas de saúde, sendo, uma das mais graves, o câncer de colo de útero.

Esse tipo de câncer se desenvolve quando as células normais do colo do útero sofrem alterações em seu DNA e começam a crescer e se multiplicar descontroladamente, formando um tumor maligno, processo que tende a ser lento e, muitas vezes, passa despercebido nos estágios iniciais da doença.

Os tipos de tumores mais prevalentes nessa região são os carcinomas e, mais raramente, os sarcomas.

Os carcinomas são tumores malignos que se originam nas células epiteliais, aquelas que revestem a superfície externa do colo do útero. Eles podem ser subdivididos em carcinoma escamoso, tipo mais comum que corresponde a cerca de 70% dos casos, e adenocarcinoma, menos frequente, mas com um aumento significativo nos últimos anos. Ambos têm como principal causa a infecção persistente pelos subtipos 16 e 18 do vírus HPV.

Já os sarcomas são cânceres raros que começam nas células musculares ou no tecido conjuntivo do colo uterino. Diferentemente dos carcinomas, não estão associados ao HPV e possuem características próprias no desenvolvimento e na progressão da doença.

Os sintomas

Assim como acontece com a maioria dos cânceres, o câncer no colo do útero não costuma causar sintomas perceptíveis nos estágios iniciais.

À medida que a doença avança, no entanto, a mulher tende a ter sangramento vaginal irregular fora do período menstrual ou após relações sexuais, dor durante as relações sexuais e secreção vaginal anormal.

Em estágios mais avançados, outros sinais alarmantes como dor pélvica constante ou perda de peso inexplicada podem aparecer. Além disso, quando o câncer se espalha para outras partes do corpo, é comum haver mais sintomas diretamente relacionados aos órgãos afetados, além dos que mencionamos acima.

O que aumenta o risco?

A infecção pelo HPV (Papilomavírus Humano), que acontece por relações sexuais sem preservativo, está no topo da lista dos fatores que aumentam o risco para o desenvolvimento do câncer no colo do útero.

Os subtipos cancerígenos do HPV, principalmente os conhecidos como “16” e “18”, uma vez dentro da célula hospedeira, começam a produzir duas proteínas chamadas E6 e E7 que interferem nos mecanismos normais da célula para controlar seu crescimento e divisão.

Essa interferência provoca uma série de alterações genéticas nas células infectadas que as levam à mutação, em outras palavras, elas se tornam cancerosas.

Além disso, outros aspectos relacionados ao estilo de vida também podem influenciar significativamente o risco. O consumo de cigarros e outros derivados do tabaco, por exemplo, quase duplica a probabilidade de a mulher desenvolver esse tipo específico de câncer. As substâncias tóxicas e cancerígenas presentes nos cigarros contribuem para o desenvolvimento das células cancerosas no colo do útero.

Com menor frequência e intensidade que os fatores anteriores, mulheres com mães ou irmãs que tiveram essa doença têm maior probabilidade de também desenvolvê-la, assim como mulheres que têm o sistema imunológico enfraquecido.

O que pode ser feito?

Diferente da maioria dos cânceres, o câncer de colo de útero tem um fator preventivo diferencial, capaz de preparar o sistema imunológico para combater o HPV, principal causador da doença, e evitar suas complicações, caso a pessoa seja infectada: estamos falando da vacina para o HPV.

A vacina está disponível pelo SUS para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, e está disponível na rede privada de saúde para pessoas de todas as idades.

Mas você se lembra daquela pergunta que fizemos no início desse texto?

A não vacinação somada à não preocupação com o uso de preservativos durante as relações sexuais se tornam uma porta aberta para a infecção pelo HPV, além de outras infecções sexualmente transmissíveis.

Esse cenário fica ainda mais alarmante em regiões pouco desenvolvidas, nas quais as pessoas têm maior dificuldade para conseguir informação e atendimento médico ginecológico, impossibilitando a detecção precoce do câncer de colo de útero através de exames como o Papanicolau.

E é por isso que o câncer de colo de útero continua a levar a vida de tantas mulheres todos os anos, mesmo sendo altamente evitável.

E importante lembrar que, além de a vacina para o HPV estar disponível gratuitamente pelo SUS em idades pré-determinadas, preservativos podem ser adquiridos gratuitamente em Unidades Básicas de Saúde (os conhecidos postos de saúde) e também podem ser comprados em qualquer farmácia.

Para finalizarmos, é importante que você não deixe que o cigarro leve embora sua saúde! Lembre-se que, por mais que fumar um cigarro possa parecer inofensivo em um momento de descontração com amigos, família ou, até mesmo, a sós, um único uso já costuma ser suficiente para que a pessoa fique viciada e tenha muita dificuldade de largar o mesmo. Não fume!

Se você é mulher e tem histórico de câncer de colo de útero em sua família, que tal conversar com um médico oncologista a respeito de um acompanhamento específico visando a prevenção e o diagnóstico precoce, caso a doença venha a se desenvolver?

E mesmo se você não tem histórico familiar de câncer, saiba que manter consultas regulares com um médico ginecologista é a principal forma de detecção precoce do câncer de colo uterino.

Quando descoberto cedo, esse câncer é altamente tratável, mas quando descoberto muito tarde, o cenário se torna consideravelmente desfavorável e perigoso para a saúde.

Agora que você está aqui, aproveite para compartilhar esse artigo com as mulheres que você conhece e ajudá-las a terem a informação correta e essencial a respeito do câncer de colo de útero, possibilitando, assim, o maior cuidado com a saúde e evitando que o câncer seja descoberto tarde demais.

 

Referências: Instituto Nacional de Câncer, Pfizer, Organização Pan-Americana de Saúde

Redação: Thomas Shepherd e Infinity Copy IA.

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