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A Obesidade e o Câncer – Uma Relação Subestimada

A Obesidade e o Câncer – Uma Relação Subestimada

Muitas vezes, quando se fala em obesidade, a primeira percepção que se vem à mente é a questão estética, no entanto, é algo que vai muito além da aparência ou do tamanho das roupas, é uma condição complexa, repleta de nuances e, muitas vezes, mal-entendidos.

Neste artigo exploraremos como a obesidade se desenvolve, assim como a subestimada relação entre essa doença e o desenvolvimento de câncer.

A obesidade

Em sua essência, o sobrepeso ocorre quando há um desequilíbrio entre a ingestão calórica e o gasto energético, ou, em outras palavras, quando consumimos mais calorias do que nosso corpo consegue queimar ao longo do dia, essa energia extra é armazenada sob a forma de gordura.

Além disso, fatores genéticos também desempenham um papel significativo no desenvolvimento dessa condição. Algumas pessoas possuem uma predisposição maior para acumular peso e ter dificuldade em perdê-lo. No entanto, não podemos ignorar o impacto do estilo de vida moderno nesta equação. A facilidade de acesso a alimentos processados e ricos em calorias, somada à crescente sedentarização da sociedade, com muitas horas passadas em frente à tela e pouca atividade física, têm contribuído para o aumento das taxas de sobrepeso e obesidade em várias partes do mundo.

A obesidade acontece quando o sobrepeso chega a um nível mais extremo, e é geralmente identificada através do Índice de Massa Corporal (IMC), uma fórmula simples que relaciona peso e altura. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, um IMC igual ou superior a 30 kg/m² já configura como obesidade. No entanto, essa não é a única métrica utilizada. Outros fatores como distribuição de gordura corporal, avaliada por medidas de circunferência da cintura e análise da composição corporal, também são importantes para um diagnóstico mais preciso.

O impacto

Além de afetar a aparência e a autoestima da pessoa, a obesidade traz consequências para a mobilidade e, principalmente, para a saúde, trazendo pré-disposição para o desenvolvimento de outras doenças e complicações.

Problemas cardíacos são extremamente comuns, pois o sobrepeso exige mais do coração, podendo levar à hipertensão arterial e até mesmo a infartos. Além disso, a obesidade está diretamente relacionada ao desenvolvimento de diabetes tipo 2, condição que altera a forma como o corpo maneja a glicose no sangue.

Outras condições médicas incluem problemas articulares, como osteoartrite, devido ao aumento da pressão sobre as articulações, especialmente nos joelhos e quadris.

E então ao chegamos à pré-disposição aos tão temidos tumores malignos.

O câncer

O excesso de gordura no corpo tende a provocar uma inflamação crônica, que por sua vez, facilita a alteração das células saudáveis do organismo. Essas células alteradas podem iniciar um processo descontrolado de divisão, levando ao desenvolvimento do câncer. Além disso, a obesidade influencia diretamente na produção hormonal, alterando níveis de substâncias como estrogênio e insulina, o que tem ligação com o crescimento celular anormal.

Os cânceres mais relacionados à obesidade são o câncer de mama (principalmente após a menopausa), o câncer colorretal, o câncer de endométrio (que afeta o revestimento do útero), e também os cânceres de esôfago, pâncreas e rim.

Além da pré-disposição ao câncer em si, a obesidade traz maiores desafios ao tratamento.

No caso de um tratamento oncológico requerer um procedimento cirúrgico, por exemplo, a presença de tecido adiposo em excesso pode dificultar o acesso aos órgãos durante a cirurgia, exigindo técnicas mais complexas e tempo operatório prolongado. Além disso, pessoas portadoras de obesidade têm maior dificuldade com a cicatrização e um risco aumentado de infecções pós-operatórias.

Outro ponto crítico é a anestesia. A obesidade afeta a farmacocinética dos medicamentos anestésicos, alterando sua distribuição, metabolismo e eliminação no corpo. Isso requer dosagens cuidadosamente ajustadas e monitoramento contínuo durante a cirurgia para evitar complicações como hipoxemia ou problemas cardiovasculares.

A hipertensão também torna todo o procedimento mais delicado, aumentando a chance de ataque cardíaco ou AVC.

Por mais que os profissionais cirurgiões e anestesistas tenham todo o cuidado necessário sabendo dessa condição, o risco continua sendo mais elevado, sendo também necessário considerar as características e consequências das outras doenças que a obesidade costuma levar consigo e que a pessoa portadora costuma ter.

O que pode ser feito?

Infelizmente, a relação entre a obesidade e o câncer ainda é pouco conhecida pelas pessoas de forma geral, o que a torna um fator de risco em potencial.

O tratamento da obesidade envolve uma abordagem multidisciplinar, com o papel essencial de profissionais da área da nutrição, psicologia e psiquiatria, uma vez que o estilo de vida e a alimentação fazem toda a diferença ao lidar com essa doença. Em alguns casos mais avançados, a cirurgia também é uma opção, quando devidamente recomendada pela equipe médica responsável, após avaliações individualizadas do quadro de saúde o paciente.

É preciso lembrar, no entanto, que evitar o problema é muito melhor que remediá-lo quando ele já existe, por isso, as medidas de prevenção à obesidade não devem ser ignoradas, e são saudáveis e necessárias para todas as pessoas.

Uma alimentação balanceada, rica em nutrientes e pobre em alimentos processados e ultraprocessados, juntamente com a prática regular de atividades físicas, são medidas essenciais para manter o peso corporal adequado.

São aquelas orientações que nós aprendemos desde a escola, mas que, muitas vezes, não damos a devida importância.

E agora que você está aqui e que pôde entender melhor sobre o assunto, você conhece alguém que poderia se beneficiar dessas informações?

Se sim, aproveite para compartilhar esse artigo com ela e ajudá-la também a entender sobre essa relação tão subestimada entre a obesidade e o câncer.

 

Referência: Instituto Nacional de Câncer.

Redação: Thomas Shepherd e Infinity Copy IA.

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