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Imunoterapia - Quando a tecnologia e a biologia humana se unem.

Imunoterapia - Quando a tecnologia e a biologia humana se unem.

Você já imaginou um tratamento médico que utilize o próprio sistema imunológico do corpo para combater doenças? A imunoterapia representa uma dessas revoluções na medicina contemporânea, prometendo transformações significativas no combate a enfermidades crônicas, principalmente o câncer.  

Ao longo deste artigo, exploraremos como a imunoterapia funciona, suas aplicações práticas e os avanços nessa área que forma uma verdadeira aliança entre a tecnologia avançada e biologia humana.  

A História da Imunoterapia: Da Teoria à Revolução no Tratamento de Doenças 

Por que o sistema projetado para nos defender acaba falhando justamente contra essa ameaça tão devastadora como o câncer? A resposta é tanto complexa quanto intrigante. Células cancerosas são, em essência, células do próprio corpo que adquiriram comportamentos anormais e destrutivos. Devido a essa origem "interna", muitas vezes, elas conseguem se camuflar dos mecanismos de vigilância do sistema imunológico, escapando, assim, da detecção e ataque. 

No final do século 19, os primeiros experimentos com imunoterapia começaram timidamente com a observação de que certos extratos bacterianos poderiam ter um efeito surpreendente no sistema imunológico. Esses estudos pioneiros pavimentaram o caminho para uma compreensão mais profunda de como nosso corpo pode ser treinado para reconhecer e atacar células cancerosas, especificamente. Ao longo dos anos, as técnicas foram refinadas e os tratamentos personalizados passaram a ser desenvolvidos com base nas características individuais dos pacientes e dos tipos específicos de câncer. 

Como funciona? 

Este método se baseia em uma abordagem menos invasiva comparada às tradicionais, como quimioterapia e radioterapia, que frequentemente trazem consigo efeitos colaterais mais intensos e, por vezes, acaba, atingindo também células saudáveis. 

Na essência da imunoterapia está a capacidade de identificar e potencializar os mecanismos naturais de defesa do corpo para combater o tumor, ao invés de os próprios medicamentos combatê-lo.

Um dos aspectos mais intrigantes da imunoterapia são os chamados "checkpoints" imunológicos, que são moléculas presentes nas células do sistema imune que precisam ser ativadas ou bloqueadas para iniciar uma resposta imune mais potente contra células consideradas anormais. 

Os checkpoints podem ser imaginados como freios e aceleradores do sistema imunitário. Em condições normais, eles ajudam a evitar que o sistema imune ataque as próprias células do corpo, mantendo uma tolerância saudável e evitando autoimunidade.

No contexto da imunoterapia, certos medicamentos conhecidos como inibidores de checkpoint têm o papel de "soltar os freios", permitindo que as células T ataquem os tumores sem bloqueios. Este processo não apenas aumenta a eficiência na eliminação das células doentes, mas também 
minimiza danos aos tecidos saudáveis circundantes. 

Diferentes abordagens 

Assim como os outros tratamentos oncológicos, há mais de um tipo de imunoterapia, por exemplo, a terapia com anticorpos monoclonais é projetada para se ligar especificamente a antígenos nas células cancerosas, marcando-as para que o sistema imune possa encontrá-las e destruí-las mais facilmente. Outra abordagem é a das vacinas oncológicas, que visam estimular uma resposta imune contra certos tipos de câncer antes mesmo que eles se manifestem ou recidivem. Além disso, a terapia celular adotiva, incluindo as técnicas CAR-T e TIL (linfócitos infiltrantes de tumor), personaliza o tratamento ao modificar geneticamente as células do sistema imune do paciente para atacar seu câncer de maneira mais direta e potente. 

Atualmente, vários tipos de câncer já estão sendo tratados com sucesso através da imunoterapia. Por exemplo, pacientes com melanoma avançado, um tipo de câncer de pele extremamente agressivo, têm visto resultados promissores. Outros tipos como câncer de pulmão, renal e linfoma também mostram respostas positivas ao tratamento imunológico. 

Ao considerarmos esse panorama promissor da medicina moderna através da lente da imunoterapia no tratamento do câncer, percebemos um horizonte repleto de possibilidades. Este método não apenas oferece novas esperanças para curas mais eficazes como também reflete o incrível potencial 
humano em adaptar respostas biológicas para fins terapêuticos. É uma área que merece toda a 
atenção e investimento possível pela comunidade médica global. 


Referências: Manual MSD, A.C. Camargo Câncer Center

Redação: Thomas Shepherd e Infinity Copy IA.

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