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Quando perdemos alguém que amamos para o câncer...

Quando perdemos alguém que amamos para o câncer...

Infelizmente, há casos em que mesmo que a equipe de saúde tenha feito todo o possível, tentado diversas abordagens e o paciente e sua rede de apoio tenham unido forças a todo momento, a pessoa acaba não resistindo.

Quando diagnosticado cedo, esse cenário é mais raro de acontecer, mas quando o câncer é diagnosticado já em estágio muito avançado, além de o tratamento poder, em alguns casos, ser mais agressivo, o tumor provavelmente já se espalhou para outras partes do corpo, o que pode limitar as abordagens e impactar consideravelmente no estado de saúde da pessoa.

Há casos em que os tumores são muito invasivos e/ou se desenvolveram em partes do corpo de difícil acesso, nas quais um procedimento cirúrgico para remoção, por exemplo, seria extremamente arriscado para o paciente. Tudo depende de um conjunto de fatores, mas podemos mencionar, como exemplo, casos avançados de um tumor conhecido como glioblastoma, que pode afetar áreas críticas do cérebro ou medula espinhal.

E quando o tratamento visando a eliminação do tumor não é possível, sempre buscamos as melhores alternativas de acordo com cada caso, a fim de promover o maior tempo de vida e da forma mais confortável possível.

Os tratamentos paliativos proporcionam exatamente isso através do controle dos sintomas e de possíveis complicações. Mas quando o momento da despedida chega, para quem fica, a dor da perda pode ser muito intensa, especialmente em algumas situações mais específicas, e nós vamos exemplificar uma delas para que você possa entender de uma forma mais próxima sobre o que estamos falando.

Imagine uma mãe ou um pai que vive só com seu filho pequeno, ou cônjuges que vivem felizes, apenas os dois, em uma cidade um pouco longe da família.

Agora, imagine que esse filho, ou um dos cônjuges foi diagnosticado com um tipo agressivo de câncer e, infelizmente, mesmo com todas as tentativas, não conseguiu vencer o tumor e, em um certo momento, teve que se despedir.

Para quem fica, quando a única pessoa que está ao seu lado todos os dias se vai, o sentimento de luto costuma ser muito forte, e além da tristeza em si, perdas traumáticas, como como um luto intenso, podem até chegar a desencadear transtornos mentais como a depressão e o transtorno de ansiedade generalizada, entre outros.

E tendo esse ponto em mente, nós chamamos a atenção para que, o cuidado com a saúde mental quando há um caso de câncer na família, não se limite apenas ao paciente, mas que se estenda também para toda a rede de apoio.

Lembra do exemplo que mencionamos acima?

Passar por aquela dor sem ajuda tende a ter consequências muito negativas a ponto de essa pessoa passar a não enxergar mais sentido na vida e, pouco a pouco, ir perdendo a vontade de viver.

Não é fácil, mas a mensagem que queremos deixar é que ninguém precisa e nem deve passar por uma situação assim sem a ajuda necessária.

Profissionais psicólogos, médicos psiquiatras e toda uma equipe multidisciplinar estão aqui para ajudar.

Se você está passando por uma situação assim, ou se conhece alguém que se encontra nessa condição, saiba que uma mão amiga sempre é bem-vinda, mesmo que, a princípio, a pessoa acredite não precisar.

Todos nós precisamos.

E os profissionais de saúde que atuam na área da saúde mental estão aqui para estender a mão e ajudar a quem precisa a encontrar de volta o caminho a seguir e a recuperar a vontade de viver.

Não apenas escutar, mas ouvir atentamente o que a pessoa tem a dizer, compreendê-la, estendendo nossa mão e guiando-a na melhor direção possível.

 

Redação: Thomas Shepherd.

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